Nova Edição da Americas Quarterly: A evolução da agenda da China para a América Latina
Nova Edição da Americas Quarterly: A evolução da agenda da China para a América Latina
A revista analisa como, após anos de oferta de empréstimos e novos portos, Beijing agora se concentra mais em tecnologia e engajamento militar na região.
Leia o comunicado de imprensa em inglês e espanhol.
Nova Iorque, 14 de outubro de 2025 — “A China entrou em uma nova fase em seu relacionamento com a América Latina”, escreve Margaret Myers, autora da matéria de capa da nova edição da Americas Quarterly. “Os dias em que Beijing inundava a região com empréstimos e grandes projetos de infraestrutura podem ter terminado, ou pelo menos diminuído, sendo substituídos por um envolvimento mais deliberado e um foco em setores específicos de interesse chinês, especialmente no topo da cadeia de valor”.

Myers, consultora sênior do Inter-American Dialogue, explica que a participação da China na América Latina está evoluindo rapidamente “em direção a uma abordagem mais seletiva e estratégica”. A parcela relativa da região nos investimentos sob os projetos de infraestrutura da nova "rota da seda", a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) da China, por exemplo, está em queda. A China, em vez disso, busca fabricar na América Latina, o que inclui fábricas de veículos elétricos no Brasil e empresas de autopeças no México, todas dependentes da importação de componentes da China. Em outros casos, as empresas chinesas buscam ser as principais fornecedoras de uma ampla gama de equipamentos e serviços de tecnologia.
“Estes e outros acordos se alinham diretamente com as prioridades de Beijing de crescimento de alta qualidade impulsionado pela inovação, gerando uma mudança para um engajamento seletivo em nível regional e global”, escreve Myers em seu artigo, intitulado "O Novo Manual de Estratégia da China na América Latina".