São Paulo 2025: Investimentos e Integração—O futuro da relação Brasil–EUA
São Paulo 2025: Investimentos e Integração—O futuro da relação Brasil–EUA
Executivos de Embraer, Salesforce, AWS, Boeing e JBS discutiram o relacionamento como parte da conferência anual do COA.
Painelistas
- Juliana Villano, Diretora de Relações Institucionais da Embraer
- Alejandro Anderlic, Corporate Diplomat na Salesforce
- Jennifer Prescott, Diretora de Políticas Públicas da AWS (Amazon Web Services)
- Landon Loomis, Presidente da Boeing para AL e Caribe
- Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS
- Vanessa Dezem, Chefe do escritório brasileiro da Bloomberg (moderadora)
O painel reunindo líderes do setor privado na conferência do Council of the Americas na FIESP, em São Paulo, destacou setores estratégicos para ambas economias dos Estados Unidos e do Brasil. Começando pela aviação, Juliana Villano da Embraer, falou sobre como a empresa, presente nos Estados Unidos há 40 anos, tem destacado seu papel no setor nos Estados Unidos e trabalhado para a volta da tarifa zero sobre seus aviões, que era vigente desde 1979 e agora está em 10 por cento. Ela explicou que a Embraer tem planos até 2030 de comprar até US$21 bilhões da indústria americana e tem oportunidades de ampliar a frota de aeronaves E175, uma opção popular entre companhias aéreas locais operando no país. "Quase um terço dos vôos feitos em aeroportos como LaGuardia, é feito com aeronaves da Embraer, então trabalhamos para fortalecer nossa presença nos Estados Unidos".
Landon Loomis, Presidente da Boeing para América Latina e o Caribe, falou sobre o papel do Brasil no setor da aviação como um todo, explicando que o mercado global é grande e há demanda para 44 mil aviões novos. O Brasil, Loomis explicou, tem destaque por ser o segundo maior produtor de biocombustíveis e ter capacidade de certificar aeronaves através de seu órgão regulador, a ANAC. "Então o fato que tem o ANAC aqui, esse expertise é uma vantagem muito importante e o país também tem a capacidade técnica que foi construída durante muito tempo e agora representa uma grande oportunidade de o Brasil se inserir nesse mercado global de oito trilhões de dólares para aviação comercial".
Já em outros setores, as vantagens de integração entre Brasil e Estados Unidos acontecem com mercados complementares, destacou Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS. "Os produtos brasileiros exportados são ingredientes de produtos [americanos]. Tem complementariedade. A tarifa maior afeta esse negócio", disse Tomazoni, explicando que a empresa está tentando contribuir com o relação comercial focando ações institucionais do setor.
E o futuro, em termos de tecnologia, é promisor para empresas norte-americanas atuando no Brasil. Jennifer Prescott, Diretora de Políticas Públicas da Amazon Web Services, disse que a AWS está animada em relação ao potencial brasileiro e como a IA generativa pode intensificar inovação no país. "Em um estudo recente que fizemos com uma empresa terceirizada, o Brasil ficou em primeiro lugar entre todos os países da América Latina, com uma taxa de aderência à IA de 40 por cento", disse Prescott.
Alejandro Anderlic, da Salesforce, falou sobre a força do relacionamento entre os Estados Unidos e o Brasil, sugerindo que há caminhos para superar a crise e encontrar interesses comuns: "Como podemos, no setor privado, trabalhar juntos para capacitar a população não apenas para ser usuária da tecnologia [de IA], mas também criadora de tecnologia? Porque há muitas oportunidades no Brasil e em outros lugares da região para trabalhar no setor de TI", disse Anderlic.