Michel Temer

Presidente Michel Temer. (Imagem: Paulo Negreiros)

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Resumo #CouncilBR: Temer diz que "o Brasil não desviará de seu rumo"

By Luisa Leme

O governo federal brasileiro encontrou com o setor privado em Brasília para falar de investimento e recuperação econômica.

Oradores:

  • Michel Temer, Presidente, República Federativa do Brasil
  • Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda (Baixe aqui sua apresentação.)
  • Ilan Goldfajn, Presidente, Banco Central do Brasil (Baixe aqui sua apresentação.)
  • Aloysio Nunes Ferreira, Ministro das Relações Exteriores
  • Dyogo Oliveira, Ministro do Planejamento (Baixe aqui sua apresentação.)
  • Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços 
  • Wellington Moreira Franco, Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
  • Roberto Jaguaribe, Presidente, Apex-Brasil
  • Bernerd Da Santos, Vice-Presidente e COO, The AES Corporation
  • Rafael Guedes, Diretor-Gerente, Fitch Ratings
  • Donna Hrinak, Presidente, América Latina e o Caribe, Boeing
  • Rogerio Mendonça, Presidente e CEO, GE Oil & Gas Latin America
  • Enrique Ostalé, Presidente e CEO, Walmart Latin America, India, and Africa
  • Samantha Pearson, Correspondente no Brasil, Wall Street Journal
  • Alexei Remizov, Diretor-Gerente e Co-Diretor de "Debt Capital Markets Latin America", HSBC Securities
  • Susan Segal, Presidente e CEO, Americas Society/Council of the Americas
  • Hugo Villegas, Presidente, Medtronic Latin America
  • Brian Winter, Vice-Presidente de Política, Americas Society/Council of the Americas; Editor-Chefe, Americas Quarterly

Read an English version of this summary.


Durante a 2017 Latin American Cities Conference: Brasilia, que aconteceu em uma semana tumultuada para governantes brasileiros, o Presidente Michel Temer e ministros como o da Fazenda Henrique Meirelles e o das Relações Exteriores Aloysio Nunes, se empenharam em convencer investidores estrangeiros de que a crise no Brasil faz parte do passado e que o país está pronto para voltar a crescer.

Apresentando o presidente, o embaixador Roberto Jaguaribe, da Apex Brasil, disse que a primeira conferência do Conselho das Américas em Brasília inicia uma série de eventos para investidores com a participação do governo. A presidente da Americas Society/Council of the Americas Susan Segal falou da importância de se aproximar de Brasília para interpretar políticas públicas e aumentar a confiança no país, “algo no coração de quase toda decisão sobre investir,” explicou.

O Ministro Aloysio Nunes disse que eventos como este contando com a presença do governo eram a “prova concreta de que o Brasil está aberto para os negócios”.

Agronegócio

O Presidente Michel Temer deu início à conferência defendendo a carne brasileira, explicando que entre 4,383 frigoríficos no país somente três estabelecimentos foram suspensos após investigações da polícia federal esta semana. Temer enfatizou que o agronegócio é um dos suportes da economia e disse que não poderia deixar “um alarde que não alcança a totalidade dos frigoríficos brasileiros” transitar no exterior.

Temer falou sobre o aumento da confiança no governo, comemorando o aumento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s. Ele justificou o otimismo do mercado financeiro com “feitos razoáveis do governo”, como a queda da inflação, que baixou de 10.7 por cento no começo de 2016 para em torno de cinco por cento atualmente, disse o presidente. O presidente disse que mais empregos e melhorias sociais devem resultar de investimentos em grandes setores, como a indústria e o agronegócio.

Custo Brasil

O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles entrou em detalhes para explicar a recuperação econômica do país. Ele disse que o Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2017 deve ser 2,7 por cento maior do que no mesmo período do ano passado. Meirelles fez uma comparação das despesas do governo e apontou uma diferença de dez por cento no Produto Interno Bruto nas previsões para os próximos dez anos caso a reforma fiscal se concretize. Para o Ministro, as reformas do governo vão além de medidas de austeridade como a reforma da previdência. "A idéia é dar dimensão da amplitude das reformas que estamos fazendo", explicou. Ele falou de medidas para a simplificação do pagamento de impostos e a melhora do ambiente de negócios no Brasil.

Assista à segunda parte da apresentação do Ministro Henrique Meirelles.

Para quem já está investindo no país, os desafios também podem ser encarados como oportunidades. Moderado por Brian Winter, do Conselho das Américas, o primeiro painel da conferência discutiu o “custo Brasil” e como facilitar a operação de empresas no país. Hugo Villegas da Medtronic disse que otimizar setores como o de saúde é uma prioridade para a empresa. Alexei Remizov do HSBC disse que as reformas estruturais, cruciais também para o próximo governo, segundo ele, devem trazer mais investimentos para a infraestrutura brasileira. Enrique Ostalé, do Walmart, contou que encontrou na reforma tributária da Índia algumas oportunidades para simplificar o sistema tributário do Brasil.

Investidores estrangeiros enfrentam uma economia global complexa neste momento, explicou o Presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, mas o Brasil está menos vulnerável a choques externos. Ele deu três razões para a resiliência do país: o déficit nas contas brasileiras de 1.3 por cento ao fim de 2016 é menos de um terço do que anos atrás; investimentos estrangeiros representam 4.4 por cento do PIB; e as reservas internacionais brasileiras estão em torno de U$370 bilhões, equivalentes a 20 por cento do PIB do país.

Goldfajn falou do esforço do Banco Central para fixar o teto da inflação brasileira em 4.5 por cento e disse que reformas estruturais como a da previdência e a trabalhista devem continuar a impulsionar crescimento sustentável da economia do país.

Comércio Exterior

O Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes falou sobre os objetivos do governo de Michel Temer como um governo “reformista”, que designa um papel “civilizatório” para o comércio exterior, abrindo novos caminhos para o crescimento econômico. Nunes disse que o comércio exterior brasileiro gerou um superávit de U$48 milhões em 2016 e cresceu 18.3 por cento no primeiro trimestre de 2017. O ministro falou da inserção do Brasil no mercado internacional, aumentando o número de acordos comerciais, o que “depende de uma modernização do Mercosul”. O governo também deve reduzir barreiras comerciais e atrair investimentos, disse Nunes, citando o trabalho de seu ministério para “um mundo baseado em regras que ofereçam as garantias contra o risco de uma espiral protecionista que pode ter efeitos nefastos para a economia global”.

Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços especificou os laços comerciais do Brasil, citando que uma nova negociação entre o Mercosul e a União Européia começou nesta terça-feira, 21 de março em Buenos Aires, na Argentina. Ele falou de como melhor integrar o Brasil com países como México e blocos como a Aliança do Pacífico e disse que 20 por cento do investimento estrangeiro no Brasil vem dos Estados Unidos.

Infraestrutura

O segundo painel da conferência, com representantes dos setores de aviação, gás natural, petróleo e energia, falou da importância de projetos de infraestrutura para atrair mais investimento estrangeiro. Rafael Guedes, da Fitch Ratings, moderou a conversa explicando que se o país investisse apenas um por cento do PIB em infraestrutura, a economia geraria 1.3 milhões de empregos em uma década.

Donna Hrinak, presidente da Boeing na América Latina, disse que rankings sobre os 100 melhores aeroportos do mundo incluem somente quatro aeroportos da América Latina e nenhum deles está no Brasil. Hrinak elogiou os leilões recentes de quatro aeroportos no país, mas disse que o governo deve dar mais independência ao setor como um todo e “permitir que o setor privado gerencie suas próprias linhas aéreas”. Já no setor de energia, os recursos naturais brasileiros fazem o país ser mais competitivo em energia renovável, explicou Bernard Da Santos da AES. Outros avanços em infraestrutura como projetos de telecomunicação aumentariam a produtividade de outras indústrias como a de petróleo e gás natural, disse Rogério Mendonça, da GE.

O Ministro Wellington Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência, falou sobre como o governo Temer tem mudado o sistema de licitações e concessões do país, reduzindo a participação do estado em projetos de infraestrutura. Moreira Franco falou sobre os leilões feitos pelo governo nas áreas elétrica, portuária e dos aeroportos e comentou as dificuldades em “compliance” que o país enfrenta, citando casos como o mensalão e a operação Lava Jato. Dyogo de Oliveira, ministro do Planejamento, baseou sua apresentação nas perspectivas sobre licitações no país este ano e nos sinais de recuperação da economia. Oliveira falou sobre as reformas estruturais e sinais positivos da economia interna e depois listou os projetos da segunda rodada do programa de parceria de investimentos do governo.

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