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Especialistas em educação e líderes do setor privado abordam deficiências da força de trabalho no estado de São Paulo

O seminário da COA, JPMorgan Chase Foundation, e a Fundação Getúlio Vargas/Clear, discutiu os principais resultados de uma pesquisa inédita, que mapeia o “skills gap” nos setores de saúde, alimentício, e nos serviços de tecnologia de informação.

O fórum New Skills at Work: Skills Development Driving Economic Growth, organizado pelo Council of the Americas (COA), a JPMorgan Chase Foundation e a Fundação Getúlio Vargas/Clear, discutiu os principais resultados de uma pesquisa inédita, que mapeia o “skills gap” nos setores de saúde, alimentício, e nos serviços de tecnologia de informação no estado mais rico do Brasil.

São Paulo, 11 de maio, 2017—Líderes do setor privado, profissionais de recursos humanos e especialistas em educação se reuniram em São Paulo no dia 11 de maio no fórum New Skills at Work: Skills Development Driving Economic Growth para discutir as incompatibilidades entre as habilidades disponíveis na força de trabalho e aquelas necessárias para o preenchimento de empregos no setor produtivo. O seminário, organizado pelo Council of the Americas (COA) em parceria com a JPMorgan Chase Foundation e a Fundação Getúlio Vargas/Clear, divulgou resultados do relatório “Identificação das Novas Habilidades no Estado de São Paulo” que mede as lacunas de competências nos setores de saúde, serviços de tecnologia da informação e indústria de alimentos – três dos principais motores da economia do Estado de São Paulo. O desenvolvimento de habilidades através da educação técnica pode resultar não só em ganhos em produtividade como também salários mais altos. Entretanto, para isso acontecer, é preciso haver um pareamento entre as habilidades que empregadores precisam de sua força de trabalho e as competências ensinadas em escolas técnicas.

“Nós estamos extremamente felizes em co-organizar o evento que compartilha os resultados principais desta pesquisa. Espero que o relatório seja o primeiro passo para a criação de políticas públicas que aproximem escolas técnicas do setor privado”, disse a Vice Presidenta de Relações Corporativas e de Programas de Políticas Públicas do Council of the Americas, Ragnhild Melzi. “Essa lacuna em habilidades prejudica não só a população em geral, mas também o setor privado”.

Desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas e a Clear (Regional Centers for Learning on Evaluation and Results) com o suporte da JPMorgan Chase Foundation, o estudo “Identificação das Novas Habilidades no Estado de São Paulo” trabalha com dados quantitativos e qualitativos de uma amostra de mais de 400 empresas para mapear a oferta de educação técnica em São Paulo e identificar potenciais disparidades entre as habilidades desenvolvidas no setor privado e aquelas que estão sendo ensinadas nas escolas. A pesquisa tem o objetivo de auxiliar “stakeholders” e tomadores de decisão, como empregadores do setor privado, instituições de educação técnica e o governo, a criar soluções para esta lacuna de habilidades e preencher mais postos de trabalho, estimulando a economia.

“Garantir que as pessoas tenham as competências necessárias é essencial para que possam competir por empregos de qualidade e para que tenham um futuro estável”, disse o CEO da J.P. Morgan Brasil, José Berenguer. “Na busca por novas estratégias em capacitação no Brasil que ajudem a população a ter empregos em setores de crescimento, é essencial garantir a conexão entre as competências demandadas pelos empregadores e os responsáveis pela capacitação. Apoiar a colaboração entre o setor privado e as organizações de capacitação técnica e profissional ajudará trabalhadores a trilhar o caminho para bons empregos e oportunidades de mobilidade social”.

Identificação das Novas Habilidades no Estado de São Paulo é parte de uma iniciativa global da JPMorgan Chase Foundation chamada New Skills at Work que tem o objetivo de promover o crescimento econômico ao melhorar o preparo da força de trabalho e o treinamento disponível de acordo com a demanda do mercado. A pesquisa completa vai ser divulgada ainda em 2017.

“O ‘casamento’ entre a produtividade do posto de trabalho e a qualificação da mão de obra afeta o desempenho econômico. Estudos como este ajudam na discussão sobre quais políticas e que tomadas de decisão são importantes para uma agenda de crescimento de produtividade ao longo do tempo”, disse o professor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas, André Portela.

Os panelistas que participaram da discussão em São Paulo também falaram de outras razões para a baixa produtividade da economia brasileira. Marcos Lisboa, presidente do Insper, listou a complexidade do mercado de trabalho brasileiro, a ineficiência de instituições e o protecionismo como fatores que contribuem para a baixa produtividade. Lisboa falou sobre a relação entre produtividade econômica e a quantidade de empresas abrindo e fechando em uma economia. Cerca de 80 por cento da criação e destruição de empregos no setor de serviços, por exemplo, vem da abertura e o fechamento de empresas.

“As regras do jogo no Brasil permitem, favorecem e estimulam a sobrevivência de pequenas empresas ineficientes. Isso torna o país mais pobre”, disse o Presidente do Insper Marcos Lisboa.

Enquanto os panelistas falaram da necessidade das empresas de participarem na formação da mão de obra que contratam, os representantes do setor privado falaram da baixa qualidade de cursos técnicos e da falta de competências gerais, úteis para qualquer pessoa ingressando no mercado como trabalho em equipe, foco no cliente e interpretação de textos.

A Secretária Executiva do Ministério da Educação Maria Helena Guimarães de Castro falou das mudanças que o governo federal está fazendo no currículo do ensino básico para atender essas necessidades, e da dificuldade de se negociar mudanças com estados e municípios. “Nós estamos reduzindo o tempo de formação geral que é considerado na legislação de modo que os alunos possam, a partir do segundo ano do ensino médio, aprofundar o conhecimento de uma só área”, disse a Secretária. Ela falou que, dentro dessa proposta, o aluno poderá ter também um diploma técnico ao final do ensino médio.

Identificação das Novas Habilidades no Estado de São Paulo
Principais Conclusões

  • Cerca de 40% das empresas pesquisadas enfrentam dificuldade em preencher vagas de nível técnico por falta de competências adequadas dos candidatos.
  • 35% das empresas dependem de treinamento externo para qualificar seus funcionários. Entre elas, 33% afirmam ter dificuldade para encontrar cursos adequados.
  • Empresas grandes são mais propensas a buscar e contratar funcionários de nível técnico.
  • O setor de alimentos possui o maior potencial para absorver pessoas com nível de escolaridade mais baixo que participam de programas de treinamento de curto prazo, uma vez que, em geral, este setor demanda mão de obra pouco qualificada.
  • O percentual de alunos matriculados em programas de educação vocacional é crescente e alcancou 8,7% em 2015. Entretanto, estes números ainda estão muito distantes daqueles registrados em outros países latino-americanos como a Colômbia (28%) e o México (38%) respectivamente. A diferença é ainda maior na comparação a determinados países desenvolvidos como a Itália (56%), a Áustria (71%) e a Suíça (62%).
  • O investimento no desenvolvimento de habilidades socioemocionais é importante para melhorar o capital humano e a empregabilidade dos trabalhadores em todos os setores. Exemplos de habilidades socioemocionais são perseverança, responsabilidade e cooperação. Elas são, no mínimo, tão importantes quanto as habilidades cognitivas para o desempenho do indivíduo em diferentes áreas.

Baixe o sumário do relatório "Identificação das Novas Habilidades no Estado de São Paulo".

Contato para a imprensa:
COA Media Relations |mediarelations@as-coa.org| 1-212-277-8384 or 1-212-277-8333.

Council of the Americas (COA) é a principal organização internacional de negócios, cujos membros compartilham o compromisso com o desenvolvimento econômico e social, o livre mercado, o Estado de direito e a democracia em todo o hemisfério ocidental. O Conselho é composto por importantes empresas internacionais de diversos setores, incluindo serviços bancários e finanças, serviços de consultoria, produtos de consumo, energia e mineração, manufatura, tecnologia de mídia e transporte.

A JPMorgan Chase Foundation faz parcerias com organizações sem fins lucrativos para apoiar indivíduos e comunidades por meio de projetos focados em Capacitação para o Mercado de Trabalho, Desenvolvimento de Pequenas e Medias Empresas e Inclusão Financeira. Por meio de tais atividades, a Fundação pretende possibilitar oportunidades reais de mobilidade social nas comunidades onde está presente.

A Fundação Getulio Vargas (FGV), fundada em 1944, é um centro mundialmente reconhecido de educação de qualidade dedicado à promoção do desenvolvimento econômico e social do Brasil. Com oito escolas, dois institutos de pesquisa, projetos de assistência técnica e uma unidade de publicação, a FGV é classificada como um dos principais think tanks e instituições de ensino superior.

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