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Com ou sem Chávez, EUA falam em ‘avanço’ de relações com Venezuela

By Pablo Uchoa

Christopher Sabatini da AS/COA comenta sobre um possível "reinício" nas relações entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Enquanto Hugo Chávez se encontra em Havana em um estado de saúde aparentemente grave, mas desconhecido, os Estados Unidos expressaram seu desejo de "avançar" nas relações bilaterais "independentemente do que acontecer" com o presidente venezuelano.

Ao usar essas palavras nesta semana, data que marcaria a posse do novo mandato de Chávez, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, suscitou em alguns correspondentes em Washington a impressão de que o governo americano imagine um "reinício" – em um cenário sem Chávez – para uma relação há muito tempo hostil entre os dois países....

"O governo americano precisa continuar tentando melhorar as relações com a Venezuela, porque há questões de interesse nacional envolvidas", afirma Christopher Sabatini, diretor de Políticas do Conselho das Américas, uma organização empresarial com contatos no governo e no setor privado, que provê estudos e análises sobre a região.

"Agora, se esses esforços vão dar frutos, ninguém sabe."

Sabatini diz que a cooperação "esporádica" entre Estados Unidos e Venezuela resultou na prisão de chefes do tráfico internacional em território venezuelano. Mas que, quando o assunto é a economia, Washington já deixou claro às empresas americanas que "invistam na Venezuela por sua própria conta e risco".

Ecos de 2002

A cautela com que os Estados Unidos têm lidado com as incertezas na Venezuela ilustra o quanto a relação entre os dois países ainda é marcada pelas cicatrizes da tentativa de golpe contra Chávez em 2002, que contou com a simpatia do então presidente George W. Bush....

Desde o episódio, Chávez intensificou a sua retórica antiamericana – em parte, avalia Sabatini, para surfar no nacionalismo e contornar qualquer crítica internacional. O presidente venezuelano também se aproximou de inimigos dos Estados Unidos na arena internacional, como a Síria e o Irã.

Com ou sem razão, diz o especialista, o resultado é que neste momento qualquer "aparência de partidarismo" – algo que o governo Bush não havia respeitado – pode reacender as tensões de 2002 e injetar instabilidade na dividida sociedade venezuelana.
"O governo americano sabe que qualquer gesto pode ser visto como interferência e isso pode ter o efeito oposto ao de ajudar nesta situação", afirma....

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