São Paulo 2014 Blog: Conferência discute previsões políticas e econômicas

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A conferência da AS/COA no Brasil analisou um possível novo contexto para o país.

A conferência do Conselho das Américas em São Paulo discutiu os desfios e oportunidades que se alinham antes das eleições presidenciais de 2014 e o panorama econômico do Brasil para os próximos anos. A 2014 Latin American Cities Conference: São Paulo aconteceu no dia 25 de março, um dia depois da agência Standard & Poors rebaixar o rating da dívida de longo prazo do Brasil.

Durante o painel que discutiu o panorama da economia brasileira, Sebastian Briozzo, diretor da agência, disse que a política econômica do país deveria ter mais flexibilidade para o rating ser mantido. Ele explicou que a falta de objetivos claros e transparência na política fiscal do Brasil e o baixo crescimento são fatores importantes, que diminuem o espaço de manobra do governo para amortecer crises externas. O país se mantém dentro do grau de investimento, alcançado em 2008, mas Briozzo lembrou que o próximo governo pode discutir reformas estruturais maiores no futuro para colocar o país num patamar de investimento mais sólido. A revista Veja publicou na terça-feira que a agência também gostaria de saber mais sobre a participação de bancos públicos na política econômica do país. Para o investidor estrangeiro, "a transparência no objetivo da meta é muito mais importante do que a meta em si," explicou.

O assunto também foi abordado pelos governador de Pernambuco e pré-candidato à presidência do Brasil Eduardo Campos, que fez o discurso principal da conferência. Ele falou que o Brasil deve estabelecer metas de gasto público e reduzir a dívida, e disse que uma mudança de governo daria mais confiança para o país cumprir as metas, resenhou a Reuters no dia 26 de março. Ele afirmou que, se eleito, fará uma política econômica com “regras claras”, para dar confiança aos investidores, apontou o jornal Valor Econômico.

Os outros panelistas que discutiram o panorama econômico brasileiro, Marcelo Kfoury do CitiGroup Brasil e Dalton Gardimam do Bradesco BBI, disseram que ainda é cedo para determinar o futuro das eleições ou da futura política econômica do país. Entretanto, os analistas avisaram que independentemente de quem ganhar a presidência, o Brasil verá ajustes fortes no ano que vem. Eles prevêem taxas de crescimento do PIB de 1.8 e 1.5 por cento, respectivamente.  

Os jornalistas Eliane Cantanhêde da Folha de São Paulo, Marcelo de Morais do Estado de S. Paulo, e Merval Pereira do O Globo debateram o clima político e expectativas para as eleições de outubro com o consultor Ricardo Sennes e Pablo Cesário, gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Enquanto Pereira apontou que a próxima campanha eleitoral vai ser "mais difícil" para o Partido dos Trabalhadores, a colunista da Folha de S. Paulo falou de um processo político mais dinâmico no país, com um eleitorado que reivindica seus direitos básicos. Para Cesário, as próximas eleições devem responder aos protestos de 2013, considerados uma "crítica ao relacionamento entre o governo e a população". Para ele, os eleitores procuram propostas específicas para questões como mobilidade urbana.